Cateter para quimioterapia: Como é a aplicação e os cuidados

Letícia Lauricella • October 10, 2024

O tratamento do câncer exige uma série de cuidados e procedimentos específicos para garantir a eficácia e o bem-estar do paciente. Um desses procedimentos é o uso do cateter, um dispositivo que facilita a administração de medicamentos diretamente na corrente sanguínea.


Neste artigo, vamos conhecer como é feita a instalação do
cateter para quimioterapia, os cuidados necessários para mantê-lo em boas condições e sua importância no tratamento oncológico.


O que é o cateter?


O cateter venoso central é um dispositivo médico inserido em uma
veia central do corpo, para facilitar a administração de quimioterápicos. Existem alguns tipos de cateteres venosos centrais, sendo que os mais utilizados para quimioterapia são os de longa duração, como o cateter port-a-cath e a PICC. A diferença entre eles é que o port-a-cath é um cateter totalmente implantável, ou seja, ele fica "escondido" abaixo da pele, na região subcutânea, enquanto a PICC fica com uma parte exposta e necessita de curativos semanais. Ambos são especialmente indicados em tratamentos de longa duração, pois protegem as veias periféricas dos danos causados pelo uso frequente de agulhas e pela agressividade dos medicamentos utilizados na quimioterapia.


Como é feita a instalação do cateter para quimioterapia?


Enquanto a PICC pode ser instalada por um enfermeiro treinado em ambiente ambulatorial,  o
cateter port-a-cath requer a presença de um cirurgião e  sua instalação é feita em centro cirúrgico.


Preparação para a inserção do cateter port-a-cath


A instalação do cateter port-a-cath, utilizado em tratamentos de quimioterapia, é um procedimento relativamente simples, mas requer cuidados específicos. Antes da inserção, o paciente é submetido a uma avaliação médica para
determinar a melhor localização do cateter. Exames complementares, como ultrassonografias e análises de sangue, podem ser realizados para assegurar a segurança e a eficácia do procedimento.


Inserção


A inserção do cateter é realizada em ambiente hospitalar, com o paciente sob
anestesia local ou geral, dependendo das particularidades de cada caso. O cirurgião torácico faz uma pequena incisão na pele para acessar a veia central. Após posicionar o cateter, ele é fixado e a incisão é suturada. Um exame de raio-X é então realizado para confirmar o posicionamento adequado do dispositivo. O procedimento todo dura cerca de 30 minutos a 1 hora e o paciente pode receber alta hospitalar no mesmo dia.


Primeiras 24 horas após a inserção


Nas primeiras 24 horas após a inserção do cateter, é comum que o paciente sinta algum desconforto na área, como dor ou sensibilidade leve. Para aliviar esses sintomas, compressas frias e analgésicos podem ser recomendados. É importante que o paciente
siga rigorosamente as orientações médicas para garantir uma cicatrização adequada e prevenir possíveis infecções.


Cuidados com o cateter


  • Manutenção e higiene

A manutenção adequada do cateter venoso central é fundamental para prevenir complicações. No caso da PICC, o curativo ao redor do cateter deve ser trocado semanalmente ou quinzenalmente por um enfermeiro treinado.  Já no caso do cateter port-a-cath, a necessidade de  troca de curativos ocorre apenas nos primeiros dias após a cirurgia. Após a cicatrização da incisão cirúrgica, a recomendação é apenas lavar o local com sabonete durante o banho.  Além disso, ambos a PICC e o cateter port-a-cath devem ser "lavados" periodicamente com uma solução salina e heparina, procedimento que ajuda a evitar a formação de obstruções. Esse procedimento é feito pelo enfermeiro do centro de infusões. 


  • Sinais de alerta

Pacientes com cateter precisam estar vigilantes quanto a sinais de complicações, como vermelhidão, inchaço, dor intensa ou presença de secreção na área ao redor do cateter. Esses sintomas podem ser indicativos de infecção ou deslocamento do dispositivo e exigem atenção médica imediata.


  • Consulta regular com o médico

Consultas regulares com o médico são essenciais para monitorar o estado do cateter e garantir seu funcionamento correto. Durante essas visitas, o médico examinará a integridade do dispositivo e fará os ajustes necessários para assegurar que o tratamento continue de maneira segura e eficaz.


Benefícios


O cateter utilizado na quimioterapia oferece diversos benefícios tanto para o paciente quanto para a equipe médica. Ele
facilita a administração dos medicamentos, reduzindo a necessidade de punções venosas frequentes e, consequentemente, o desconforto e o risco de complicações. Além disso, permite a infusão contínua de quimioterápicos, o que é especialmente importante em tratamentos que exigem doses administradas de forma prolongada e controlada.


Riscos potenciais e prevenção de complicações


Embora o cateter para quimioterapia seja uma ferramenta segura e eficaz, existem alguns riscos associados, como infecções, trombose e possível deslocamento do dispositivo. Para minimizar essas complicações, é essencial que o paciente
siga cuidadosamente as orientações médicas sobre os cuidados com o cateter. Ao notar qualquer sinal de complicação, como dor, inchaço ou febre, é importante buscar assistência médica imediatamente.


Perguntas frequentes


Por que colocar cateter para fazer quimioterapia?

O cateter facilita a administração de quimioterapia ao proteger as veias periféricas e permitir infusões contínuas e seguras.


Como funciona o cateter para quimioterapia?

O cateter é inserido em uma veia central e permite a administração direta dos medicamentos quimioterápicos, reduzindo a necessidade de múltiplas punções venosas.


Quais são os tipos de cateteres usados na quimioterapia?

Os principais tipos incluem o cateter venoso central de inserção periférica (PICC) e o cateter de longa permanência (Port-a-Cath).


Qual a principal diferença entre a PICC e o Port-a-cath?

A principal diferença é que o port-a-cath é um cateter totalmente implantável, ou seja, não fica nada para fora da pele, enquanto a PICC é um cateter que fica pendurado no braço e requer mais cuidados locais como curativos periódicos. Além disso, a PICC tem durabilidade de meses enquanto o port-a-cath pode ficar instalado por vários anos.

Dessa forma, a escolha entre um tipo ou outro deve levar em consideração a duração do tratamento e a situação de cada paciente.


Onde é colocado o cateter para fazer quimioterapia?

O cateter é geralmente colocado em uma veia central, no peito ou pescoço, facilitando o acesso direto ao sistema venoso.


Quais são os critérios médicos para decidir o local de inserção do cateter?

O local de inserção é decidido com base na anatomia do paciente, tipo de tratamento, e condição das veias, visando segurança e eficácia.


Como o tipo de cateter escolhido pode impactar a qualidade de vida durante o tratamento?

A instalação do cateter de longa permanência facilita o tratamento com quimioterapia, especialmente em pacientes com dificuldade de acesso venoso, reduzindo o desconforto, estresse e ansiedade gerados pela necessidade de punções frequentes e doloridas. Também facilita bastante o trabalho do enfermeiro, tornando o momento da punção venosa mais rápida e segura. Isso sem dúvidas tem impacto positivo na qualidade de vida durante o tratamento. 


Como é a cirurgia para colocar cateter para quimioterapia?

A cirurgia é um procedimento simples, realizado sob anestesia local ou geral, onde o cateter é inserido através de uma pequena incisão e fixado em uma veia central.


Quanto tempo leva para colocar um cateter para quimioterapia?

A colocação do cateter geralmente leva entre 30 minutos e 1 hora, dependendo da complexidade do procedimento.


Cateter para quimioterapia doi?

A inserção do cateter é feita sob anestesia, então o paciente sente pouco ou nenhum desconforto durante o procedimento.


Quais os riscos de colocar um cateter?

Os riscos incluem infecção, sangramento, e deslocamento do cateter, embora sejam minimizados com cuidados adequados.


Quanto tempo uma pessoa pode ficar com um cateter?

O cateter port-a-cath pode ser mantido por meses ou até anos, dependendo da necessidade de tratamento e do cuidado com o dispositivo. Já o cateter PICC pode ficar por alguns meses, desde que o cuidado com as trocas de curativos seja rigoroso.


Pode fazer quimioterapia sem cateter?

Sim, mas o cateter é recomendado para tratamentos prolongados para evitar danos às veias periféricas.


Quem coloca cateter tem que ficar de repouso?

Após a colocação do cateter, é recomendado repouso nas primeiras 24 horas para evitar complicações.


O que não pode fazer quando está com cateter?

No caso do cateter port-a-cath deve-se evitar atividades que possam causar traumas no local do cateter, mas de uma forma geral, há poucas restrições, podendo o paciente levar uma vida normal, praticar exercícios físicos e entrar no mar ou piscina.

Já no caso da PICC é necessário um cuidado local mais rigoroso, evitando tração do mesmo, e realizando trocas periódicas do curativo. Pacientes com crianças pequenas ou animais devem ter um cuidado redobrado.


Pode dormir do lado do cateter?

Sim, mas é importante evitar pressão excessiva ou movimentos bruscos que possam deslocar o cateter.


Como tomar banho com cateter?

No caso do cateter port-a-cath, que fica totalmente "escondido" abaixo da pele, não há nenhum tipo de cuidado específico durante o banho. Já no caso do cateter PICC, é necessário manter o local protegido durante o banho, para não molhar o curativo, evitando assim infecções.


Quais são os sinais de que um cateter pode precisar ser substituído, mesmo sem sintomas aparentes?

Sinais incluem dificuldade na infusão de medicamentos, alteração na aparência da pele ao redor, ou anormalidades detectadas em exames de rotina.


O cateter para quimioterapia pode ser removido?

Sim, o cateter pode ser removido quando o tratamento é concluído ou se houver complicações. A remoção é feita por um profissional de saúde, geralmente em ambiente hospitalar.


Cirurgia torácica em São Paulo | Dra. Letícia Lauricella


O cateter para quimioterapia é uma ferramenta essencial no tratamento do câncer, proporcionando conforto e eficiência na administração dos medicamentos. Entender como funciona sua aplicação e os cuidados necessários é fundamental para
garantir o sucesso do tratamento e minimizar os riscos. Compartilhe este artigo para ajudar a esclarecer dúvidas e promover uma recuperação mais tranquila às pessoas.


Se você está em busca de um
especialista para inserção de cateter venoso para quimioterapia, conheça a Dra. Leticia Lauricella, formada em Medicina na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), sendo a primeira mulher contratada como assistente do grupo de Cirurgia Torácica da FMUSP. Atuando em hospitais em São Paulo, a Dra. Leticia tem o objetivo de oferecer aos pacientes as opções mais avançadas e eficazes de tratamento, ao mesmo tempo em que busca contribuir para o avanço da ciência médica por meio da pesquisa. Para mais informações navegue no site ou para agendar uma consulta clique aqui.


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